

Bruno Alves
Meu nome é Bruno Alves, sou filho único e sempre fui apaixonado por esporte, já tendo passado quando criança pelo futebol, basquete, judô, jiu-jitsu e natação.
Hoje sou professor de Educação Física formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, instituição da qual muito me orgulho de ter feito parte graças ao conhecimento adquirido e a vasta experiência passada com maestria pelos grandes professores.
No entanto, o que poucos sabem é que antes disso também estudei Engenharia Civil por 4 semestres na Universidade Federal Fluminense – UFF.


Essa foi uma das piores épocas da minha vida. Estudar e trabalhar com o que não se gosta, sem dúvida alguma, é receita de sucesso para a infelicidade e comigo não foi diferente.
Por sorte, contra tudo e todos, desisti da então “carreira promissora” para seguir uma outra não tão valorizada quanto a primeira, porém, a que me satisfazia enquanto profissional e me motivava ao longo dos dias.
A engenharia não foi, no entanto, uma perda de tempo. Diferente do que a maioria das pessoas pode imaginar, em inúmeras matérias da Educação Física como a Biomecânica e a Cinesiologia (onde a visão espacial e as forças vetoriais são de grandíssima importância), o que me possibilitou sair na frente em vários aspectos.
Após formado, tive a oportunidade de ingressar no Mestrado de Biomecânica oferecido pela UFRJ, almejado por muitos. Lá, todavia, mais uma vez me senti infeliz com o que fazia.
A área acadêmica nunca foi o meu objetivo: eu amava a prática. E a decisão de abandonar o mestrado foi igualmente dolorosa, porém dessa vez, muito mais fácil. E assim como na Engenharia, a experiência não foi em vão: o mestrado me proporcionou dentre tantos outros conhecimentos como a Liberação Miofascial, técnica primordial para curar e prevenir lesões musculoesqueléticas.
Caminhando agora para o passado, quando eu ainda era um menino e tinha grandes sonhos como o de ser um grande corredor profissional, me lesionei pelo mesmo motivo que a maioria das pessoas se lesiona na corrida: falta de entender o próprio corpo, falta de ter conhecimento e utilizar equipamentos bons e adequados, falta de pedir ajuda a um profissional competente, comprometido e qualificado, falta de dinheiro, falta de controlar a mente, a ansiedade, os instintos, ou, em alguns casos, não se trata de uma falta em si, mas a sobra de vergonha.


Devido às lesões em cascata eu fiquei por muito tempo sem poder correr, além de por um período me vi não podendo andar sem mancar, tendo medo de tossir ou espirrar devido à dor causada por lesões abdominais.
Ações simples como sentar e levantar passaram a ser um grande desafio. Com o tempo, trabalhar com dor virou rotina, além de perder momentos de prazer com os amigos em decorrência das dores que me desanimavam constantemente. Ainda me questiono se eu teria sido um grande corredor a nível mundial. Eu era jovem, estava na faixa dos 20 anos, porém, meu corpo não acompanhava o que estava escrito na certidão de nascimento. Hoje, depois de tudo, não sou um corredor profissional, mas sou um uma pessoa que ama a corrida e acima de tudo, que ama poder correr novamente.



Tive todas as grandes lesões famosas de corredores de ponta a amadores: torção de tornozelo, estresse da tíbia ( canelite ), condromalácia patelar, tendinite plantar e tendão de aquiles, estiramento da coxa, estresse do trato íleo-tibial, inflamação de reto abdominal e adutores da coxa, pubalgia e como se tudo isso não fosse o suficiente, descobri que uma das minhas pernas é 14mm maior do que a outra. Essa última foi a pior de todas as descobertas. E você acha que isso me serviu para alguma coisa? Claro! Eu aprendi a curar e resolvê-las uma a uma!
Nessa época eu estava no início da faculdade de Educação Física e pude, ao longo dos quatro anos de formação, absorver o conhecimento específico para tratar todos esses problemas e me tornar um ótimo profissional na área.
Foi quando decidi trabalhar em um lugar onde só existiam corredores: Runbase na lagoa Rodrigo de Freitas. Até hoje possuo o apelido carinhoso (Runbase) de alguns amigos. Lá descobri que os meus problemas eram comuns a quase todos os outros corredores. Sim, e mais uma vez contrariando todas as expectativas, isso me incentivou a voltar ao esporte. A diferença é que dessa vez eu o faria de forma segura, científica, controlada e calculada. E quem faria essa planejamento para mim? Ninguém. Eu precisei ser o meu próprio treinador.
Hoje sou professor de corrida certificado pela International Association of Athletics Federations – IAAF, tenho experiência em preparação física como professor de Levantamento de Peso Olímpico – LPO, Ginástica Calistênica (uso do peso corporal) e faço uso de técnicas da fisioterapia, como a liberação miofascial, músculo energia e mobilização neural para tratar possíveis lesões.


Atualmente penso que se eu for capaz de usar tudo que aprendi a favor do outro, mantendo-o longe de lesões e fazendo-o atingir seus objetivos (assim como eu mesmo fui capaz de atingir os meus e me manter saudável durante esse processo) vou ficar muito grato a vida.
Sendo esse um dos meus últimos objetivos em vida, descobri que ajudar as pessoas de forma genuína, tendo a mim mesmo como experiência e usando isso a meu favor, é recompensador. No final, o sucesso do outro será também o meu sucesso. E é assim que eu quero cada vez mais me tornar uma pessoa de sucesso, proporcionando o sucesso no esporte das pessoas como treinador. Hoje não sou engenheiro, mestre ou fisioterapeuta e muito menos campeão mundial de corrida, mas se eu consegui superar todos os obstáculos que contei acima, você também pode.
Hoje sou estudante de filosofia, apaixonado por crescimento e aperfeiçoamento humano. Você pode pensar que filosofia e esporte não tem muito a ver uma com a outra, mas eu te digo que todo conhecimento tem ligação e a filosofia esportiva pode te dar mais força do que pensa para adquirir novos hábitos e uma saúde impecável.